Aforismos, letras de músicas, poemas - pesquisa, poemas e ideias no meu primeiro livro cartonero
Agradecimentos
Aos queridos amigos e companheiros de luta da
Pedra Lisa que me ajudaram a confeccionar a primeira tiragem do livro no
formato cartoneiro.
Agradeço minha família, meus amigos e
especialmente aos ventos que sempre me trouxeram poesias.
Prefácio
Tetris é um jogo eletrônico que ficou conhecido a partir dos anos 80 e ganhou adeptos no mundo inteiro.
É a partir dessa operação de referência que Fábio Prestes vai montar seu projeto
Tetriz ( trocando o S pelo Z ), em torno de colagens e desmontagens com possibilidades conexas e desconexas de escritas, ritmos e sínteses vão se diluindo em efeito cascata de encolhimento e alargamento no espaço da folha em branco, e é nessa operação de espaçamento que os poemas vão caindo se agrupando e desagrupando.
Écos aqui e acolá de Stéphane Mallarmé, dos poetas concretos, vão vindo a tona, do poeta romântico William Blake e de Carlos Drumond de Andrade também aparecem, como no poema Rio 2013 ( referência alusiva à Drumond), mas é como se na gama de inserção dessas montagens dando espaços para aforismos, poemas - pesquisa, poemas, ideias, letra de músicas , fragmentos de prosa formassem um constante acidente, como escreve em meados do livro:
" Coloquei um capacete de ideias, estou esperando um acidente ."
E se pensarmos como o filósofo Jacques Derrida, não há poema sem acidente, não há poema que não se abra como ferida, mas que não abra ferida também.
Rapper e compositor seu trabalho com a linguagem coloquial e urbana, encontra espaços para reflexões em meio aos conflitos da cidade e do fazer poético, jogando o jogo do risco do tudo ou nada na folha em branco.
Victor Bello
TETRIZ
É Triste olhar e imaginar palavras as quais não abandono.
Somos sócios de idade na gananciosa sociedade,
sobre minha danada rebeldia dentro de minha alma
hei de pôr-lhes a minha consciência.
Em minhas mãos indícios de vícios literários, aviso aos vícios que são contrários antes eu e os libertários.
Já nas dúvidas inclino-me satisfeito.
Com um corpo só fazemos ambos.
Até aonde me excita o desejo há criação tão ciente de si mesmo.
Quero enfim levá-los aos meus pensamentos, com um suave impulso, sob o qual entornados de luz prosperam encontros .
Reservo a cada palavra o silêncio, sem ele nenhum grito existiria.
A pedra é lisa e
resistente,
é poesia da pedra
embaixo do sol quente,
é a luz que bate
e reflete em muita gente.
Não
ultrapasse com os olhos
o que esta diante de você,
ultrapasse com
seus sonhos
o horizonte a sua frente.
Viajante
em noite de repouso
equilibra
impérios solitários,
Gaia estrela em súbito pouso
revela-me
caminhos imaginários.
Energia
a gente cria,
acende a vela e ela vicia.
Queima
conforme o balanço do vento,
horas
a chama repele horas te chama para dentro.
Correndo na chuva percebo o sol dentro de mim
desperto o desejo da noite sem fim.
Tem
coisas que só existem no papel,
é
preciso virar letra
para encontrar e desfrutar.
Até
as linhas paralelas
sofrem a espera do infinito.
Escrever
em papel higiênico
com tinta pesada
de nada me é perigoso.
O
que importa em meus pensamentos
é rasgar o tempo ocioso.
Perseguindo o esforço
com dispositivos impugnados
preparei a tinta azul
para o assédio do palavreado.
Coloquei
um capacete de ideias,
estou
esperando um acidente.
Qual encanto infernal que ainda perdura?
É o encontro astral do eclipse que me faz moldura.
As
ruas dos pensamentos são estreitas.
Tá
cheio de curva querendo
te levar para o abismo.
Respire!
O Poeta existe não só nas
palavras
a que acrescenta seu nome,
mas também na brancura
que resta sobre a página.
Escrevo
aos juízes da poesia:
Esse
poema é como uma madeira
que não foi lixada,
Cuidado
ao passar a mão nele!
Quando tínhamos menos
brinquedos
nós brincávamos mais.
E como diz que estás
nu, quando carregas armas na solidão.
Foi quando ele disse:
Você não quer ser escritor!
Então vire a página.
Eu comendo, comendo,
comendo todas as palavras
até enjoar,
percebi que elas não mereciam
tanto apreço assim.
Elas por si só já se ofendem.
Obnubilado profundamente
descortinando tesouros
signatário de sentidos
perdidos
coadunando o 'ar'
mergulhar, alcançar, pegar,
voltar e respirar
não sufocar se preciso.
A possibilidade de fortalecer
seu espírito
vem na valorização contínua
de um novo olhar na confiança dos objetos.
Através do tédio cotidiano,
e de todo terror
crescente na bestialidade
humana,
alegro-me com meu luxo particular
"A Poesia"
ESCREVO ESCRAVO ESCREVO ESCRAVO ESCREVO ESCRAVO ESCREVO ESCRAVO
ESCREVO ESCAVO ESCAVO
ESCAVO ESCAVO ESCAVO ESCAVO
ESCAVO ESCAVO ESCAVO
ESCAVO ESCAVO
ESCAPO
D-E-S-C-R-E-V-E-R-T-E-D-A-N-Ç-ARTE
E-N-T-R-E-T-E-R-T-E-D-E-I-X-ARTE
Queria que meus versos não parassem em rima.
Amor não se completa
tão fácil como se imagina.
Amores em linhas fazem o
destino de sua costura.
Ame sempre, pois é eterno enquanto dura.
O amor que os homens denominam é pouco
comparado a essa inefável orgia
que é dar-se por inteiro na provocante poesia.
Vem
Feiticeira
uma alma está com ardor
quando vier venha com amor
não tenho fortunas a ofertar
apenas a língua que ocupa o lugar.
Língua
Músculo poderoso
Forma o fonema
Descobre o paladar
Deglute o alimento
Ajuda a respirar
Pressiona
Flexível
Sensível
Limpa
Entope
Lambe
Molha
Sexy
Seca
Fascinante
Misteriosa
Imprevisível
Língua linguagem
Vira o poema
Vira poema
Você
sabe quando mente
Sua
mente anuncia
Mente
astuta de repente
Será
só mente em vigia
E
para que não aumente a mente esconde
O
que mente não interessa
Mente
astuta vai muito longe
Será
só mente uma conversa
Poesia com Z
Poezia com z
ganhou acento
virou zé
recusou ficou
em pé
Poezia com z
trasia com s
centado com c
ao lado do zé
que recusou o z
sempre com s
SEPERAÇÃO DA SÍLABAS POLÍTICAS POÉTICAS!
INTERESSE = EM TER ESSE
Observa-se a falsa corrida dos retratos
Insinua-se um aluguel mais caro.
Sinto a noite agasalhar o lirismo nas mãos do bandido.
Humildade
forçada é assassinato espiritual.
A paciência chora com tanto imediatismo.
Cuidado!
Um olho que não enxerga,
Que só acompanha,
Trabalha como espelho.
Rio 2013
No meio do caminho tinha um PM
Tinha um PM no meio do caminho
Tinha um PM
No meio do caminho tinha um PM
Nunca me esquecerei desses acontecimentos
Na vida de minhas retinas tão ardentes
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha um PM
Tinha um PM no meio do caminho
No meio do caminho tinha um PM.
Embriagando
o desejo
Respirando
a cidade e seu desprezo
Aqui
no nosso Lost Paradise
Veja
o dinheiro e a maldade que ele faz
Escorre
no cristal feito vinho tinto
O
sangue daquele que está faminto
Eles
comandam de forma truculenta
Essa
polícia que da rua me afugenta
Opinião
sim é isso que eu trago
O
seu salário em imposto eu que pago
Então
me escuta você não representa
O
bravo povo que na rua só aumenta
E
eu quero ver o seu castelo cair
Como
fez como faz removendo por aí
Aqui
no nosso Lost Paradise
Veja
o dinheiro e a maldade que ele faz.
Permita-me
andar sob o sol nesse vale
onde Cristo faz suas sombras.
Ignorância e tecnologia me assombram.
Um
Fahrenheit assume a fogueira,
quero
tragar a fumaça dos livros, e que as cidades fiquem literalmente cinzas, existe
lava em você ou a larva já entrou em sua carteira, cueca , meia...
Da
Vinci sorriu com a grande encomenda de Panetones!
Veja o alfarrábio de moderna capa
que na fábrica sublime me confessou
o som da harpa dourada
que lentamente me enfeitiçou.
Incólume cargo de núvens
carregadas expulsas do pomposo céu
escutem o som da harpa dourada
coroando
o sol com mel.
Vejo estrelas em harmonia,
estrelas durante o
dia.
Dest'arte a cortina em sinuoso movimento
me convida para um belo comprimento.
São as fugas do pesadelo, eu pensei.
Quando a caneta falha
eu esqueço o que pensei
Quando a caneta falha
eu penso no que já sei
Quando a caneta falha
eu procuro outra caneta
Quando a caneta falha
o tempo desce rápido na ampulheta
Quando a caneta falha
o verso não é terminado
Quando a caneta falha
o papel não pode ser rasgado
Quando a caneta falha
a palavra tem outro sentido
Quando a caneta falha
é poesia concreta amigo.
Caiu tinta da minha caneta
caíram os vasos em solidão
caiu tudo que eu queria
mas nada caiu no chão.
Caiu a chuva lá do céu
caiu o sol que a luz encanta
é tão bom ver no papel
quando tudo se levanta.
Não se ouve o choro nem o sexo
vagabundo
fecunda imaginação desse nobre vagamundo.
Tens graça pois consegue
ver o que outrora era de entreter.
Cores que resistem ao tempo
que nascem ao relento,
janelas e seus namorados
contornos abandonados.
Entradas de sombras desconhecidas
portas de muitas partidas,
raiz seca de lembranças teto sem esperança.
Estendi
um tapete que atravessa oceanos
para
vê-la dançar em meus sonhos insanos,
e o mesmo pode até me levar
feito luz na fumaça meu caminho cursar.
No entanto existem muitos guardas,
e estes chamamos lembranças.
Quando quentes e com raiva emaciam alianças.
Quando fortes e humildes fortalecem esperanças.
Virgem de tranquilo
balançar!
Guarda-te
respeito aos
tolos olhos dos faróis.
Tão distântes da esperança humana,
de gerações
famintas
unindo estrelas
em veias escurecidas,
não semeaste
com inimigos o que há no céu
as leis de Deus,
as divagações espirituais
o humano
litoral em seu tabernáculo.
Meu Zejel.
Ó silente destino
retira-me do fogo em seu cálice!
Cálice de avita beleza
reflete os olhos negros da tristeza,
carrega-me em sua frieza,
faça-te cantar em sonhos nosso hino!
Ó silente destino
retira-me do fogo em seu cálice!
liberta-me num sorvo profundo
não haverás encanto no mundo
a superar esse tempo fecundo
escute a saudação dos sinos!
Ó silente destino
retira-me do fogo em seu cálice!
Conduz meus passos para um
delicado retrato.
Temperamentos oscilam
nas marcas do teatro.
Seu escuro aqui é
fantasia,
é a luz das quimeras que
escrevo no dia.
Sirva-me com palavras de
saúde incrível
essas com as quais
iluminando deslizo.
Veja no meu rosto seu
olhar de brio encontro
rimando o pressuposto
que o poema esta pronto.
Entoando uma
canção tristonha
na esquina do vale cinzento
encontrei uma
sorridente
menina que me disse sem lamento:
- Isso parece
obscuro, não pode ser obsceno,
tem que ser
suave, suave como veneno.
Parei a música,
escrevi muitos poemas.
Assim muitos me
escutam
e deleitam-se
sem algemas,
e quem sabe depois
eu traga na luz a reflexão tão desejada,
serás forma
divina cor,
preto e branco
alimentadas.
Com doce fúria branca neve em pura essência
fez-se clave de uma monotonia aparente
convidou-me a dançar
feito Homem faz Serpente.
No sexto dia porem, no cesto entrou
acostumada à euforia do dia
no silêncio se apresentou.
É
preciso ir adiante
não
pensar sequer em rima
tão
difícil como distante
está
quem lê e o que fascina
muda
mundo muda fica
em
silêncio eu apuro
sou
poeta e para isso
no
silêncio eu mergulho
minha
dor é indizível
não
demonstra transparência
por
ser amor incrível
ou
um verso sem sequência.
Cria
seus versos não copie de ninguém.
Crie
sua vida e vá muito além.
Crio
e creio que criar ainda posso.
Mentira
quem diz que nada se cria.
São
pessoas que nos versos de outras fazem seus dias.
Não
existem trilhos para criar uma filha.
A
criação está em cada lágrima que circunda uma ilha.
Se
escrevo o que penso não há como errar.
Posso
escrever, escrever, apagar, apagar.
Quando cair a noite vou agrilhoar todas as preces
despi-las como fé imortal
espedaçar meu amor sem igual.
Fazer sirenes com pássaros em cúpulas destruídas
com a fulgurância de árvores exaltadas nas saídas.
Embora a chuva lave experientes apófases
ou que por clamor indigesto a logorréia perdure,
rogarei em veredas soturnas
para que o poder em
seu advento não continue.
Sadios e ganânciosos temerão o pétreo altar.
Estarás diante a um dia em que o melhor é não acordar.
Haiti
Nuvens
esculpidas
jazem
em seu colo,
repousando
em roupas sujas
a melodia do vento.
Luz
que desenha
a
poeira cansada
abastece
e vela
a
ossada do momento.
Orvalho
de lágrimas no calvário virou ração
unidas
como chuva
em
terras estéreis
revelam
a ressurreição.
Seja o inverno que fende
famílias famintas
seja seca sulcando solo
do sertão.
Não tolereis eu sozinho
apenas que as palavras lhe
sirvam de sustento.
Junto às sobras que dos
pratos limpam
junto ao sono que
interpelo silente
não deixo provas de
um gentil agrado
deixo sim, minhas
mãos que de raiva tremem.
Deidades mentais espalhadas no espaço
fronte ao tabuleiro no qual
jogam a vida e a morte
escrevem canções para as flores doentes
que respiram de ávidas mãos um suor leviano.
A árvore já nasce em xeque.
Um acabrunhamento hormonal decide a jogada.
Há sangue nas ruas fazendo poças
homens sujando os vestidos das moças.
Corta-se o caule, derruba ela nua
suas filhas brincarão sem árvores nas ruas.
Chapados na tinta preta que descansa no papel
Curvas e Traços dão Pa$$os de entendimento a
vossemecê.
N-Ã-O-C-O-R-T-E
D-O-N-T-C-U-T
Quando ameaçados com dolosa
opulência
nascemos do vazio estranho e
suicida.
Ainda que a benevolência
brilhe
longínquamente
reconhecemos nosso encontro.
E todo aquele influxo Platônico
depreciativo por falsa modéstia,
avigora-se em uma tranquila
satisfação,
de um olhar que tem vontade
mas
não olha com direção,
de uma pena tão suave, pena dor
num avião.
Esse é o dia após dia, dia
póstuma canção
som que invade e modula a dosagem
de evolução.
Posso sentir
tudo que passo
Tudo que eu posso é sentir o meu passo
inside no silence
Uma fúria me deixa nua
Estou lá fora a sua procura
inside no silence
Antes que o tempo me leve a morte
Eu estou forte criando a sorte
Não vou parar de sonhar
Até você dizer que está comigo
Isso é tudo que eu preciso
Vamos na noite voar
Sinto a luz que você emana
Sinto a gota de um pensamento
Aqui dentro não há silêncio não
Sou a palavra que tanto anda
Sou a cor que resiste ao tempo
Mas aqui dentro não há silêncio
De
Pernambuco para Caxias
Noite
e dia noite e dias
Eu
vi várias famílias
Com
história para contar
Vi
capoeira bem embaixo da figueira
No
pé sujo a brincadeira
O
futebol quero jogar
No
meio da poluição
Vi
muito lixo pelo chão
Do
tupi a indicação
Imbariê
é o lugar
Hey,
hey, hey
Minha
folia é de Rei
No
baile eu te chamei
Atrás
do ouro naveguei
Nessa
lenda para contar...
(Poema
– pesquisa, para o enredo da escola de samba mirim Pimpolhos da Grande Rio)
Vi
um lápis no chão
que escreveu um livro
que escreveu uma música
que escreveu você.
Vi um lápis no chão
que desenhou o sol
que desenhou o chuva
que desenhou quem lê.
Vi um lápis no chão
que dançou com a água
que dançou com o vento
que dançou quando chutado.
Vi um lápis no chão
que me disse um poema
que me disse seu nome
que me disse obrigado.
No momento em que os
pensamentos
terminam a assembléia
e todos os vícios das
cidades morrem,
ousamos com a malvada
sedução
a liberar de vez o corpo
em tesão.
O Noivo e a
Noiva
agora casados
saíram da igreja
muito apaixonados
a música embala
os dois nessa festa
tocando na noite
uma bela seresta,
no banco da praça
olharam o Céu
a Lua esta linda
é Lua de mel.
Escalando
vários prédios
a noite ele
subia
vi no alto um
menino
que sorrindo me
pedia:
- Um poema de
aranha.
Menino Aranha
eu escrevi.
Com as mãos a
liberdade
no arranha-céu
eu o perdi.
- Deixe a
caneta que escreve.
- Lá de cima
ele gritou.
Aqui eu roubo
os sonhos
da ganância que
me matou.
Eu morri 14
vezes.
5 só minha mão.
Mas agora eles
que escutem
os meus gritos
em solidão.
Dançando nas
paredes
brincando
facilmente,
Lembramos da história
que não rima
com inconseqüente.
· Inspirado
no curta Menino Aranha.
Clareza Capitalista
É Solitário morrer na África
É solitário morrer na favela
É solitário morrer pobre
Fechado em uma cela
É muito fácil condenar a loucura
É muito fácil omitir a notícia
É muito fácil usar tudo isso
Para chamar a polícia
Assim o Capetal engorda
O armamento transita
E a revolta jamais morrerá
No mundo Capitalista
Eles querem tapar o sol
Mas as ruas seguem em chamas
E na garrafa a gente manda
Iluminados telegramas
Brasil!!!
país tropical
Abençoado
pela democracia
Armamentista
legal
Eis aqui
Um cenário MUITO bem montado
Preocupado a
todo instante
Em te deixar
ocupado
A tv
emagreceu
Você engordou
Ela te emburreceu
Ela te manipulou
Te deixou sempre
olhando
Fixado e entretido
Fez com que você
Odiasse ler um livro
A medida que te forçam
A aprender sem interesse
Sua força tão sugando
Se ta virando um deles
O pensamento apaga
O questionamento não existe
Impossibilitando a revolta
O sentimento fica triste
Operadores do mercado
Chamado de financeiro
Seguem educando os jovens
A só pensar em dinheiro
De modo que não vislumbrem
Outra maneira de vida
Que não aquela em que
Serão mercadorias
Eles querem tapar o sol
Mas as ruas seguem em chamas
E eu sigo por aqui
Se precisar você me chama
Expressamos a
resistência
E possibilidade de
renovação
Na dissidência a
consciência critica
Dos caminhos da
revolução
Não se faz uma
revolução
E sim se participa
dela
Todo mundo quer mudar
o mundo
Mas nem um segundo
espera
E a paciência chora
Com tamanho
imediatismo
Não adianta correr
com ela
O sentimento é
invisível.
Enquanto isso na escuridão da galáxia, tingida com
uma clareza capitalista, está a terra em sua rotação.
O Balé das
pedras.
Pedra dura
tanto bate e ela perdura
di-versas
formas modela-se como quer
explosão,
máquinas, ferramentas, chutes,
ou só com a
natureza.
Que beleza!
Essa linda
pedra sobre a mesa.
Eu aqui sozinho
e essa Pedra no caminho.
Fragmento duma
Rocha, preciosa ou não
elas estão no
céu ou no chão.
Pedra Lascada,
Pedra Filosofal, Pedra de Toque, Pedra Polida
Pedros,
Pedregulhos e Pedritas.
São Pedras Rolantes
que ainda fazem músicas.
Pedras que
constroem orgulhos e dentro os abrigam.
Um dia só elas
existirão girando no espaço e continuarão
seu lindo balé,
onde a coreografia seguirá sem aplausos.
Essa
inaudível voz que da sua boca me puxa
declama
palavras que me afastam com um certo receio.
Hoje
Onde
promessas não fazem sentido.
Onde
o olhar não precisa de luz.
Aqui
perto, junto, onde seu corpo passou e não descansou.
Alma
com alma negociando o êxtase.
Doce
escondido.
E
esses dias que adiamos
encolhidos
em seus domínios.
Eu
represento o verbo do dia, o sujeito oculto,
a
poesia que veio te resgatar.
No
nada desse tempo , temos tudo.
Vamos caravanas!
Suas caras sem a luz das
hosanas
caminha meu tempo livre para
dor
recolhe meu sangue
petrificado no amor
Vamos caravanas!
o deserto é longo mas temos
a música
a flauta que soa suada é sua
corpos cansados
confundem-nos sentimentos
revelamos palavras de pouco
sustento
Vamos caravanas!
o calor me arrepia
febricitante no altar
no âmago meu estômago só à
cantarolar
irei para o mar querida
cri-ânsia
voarei no seu ar tragável
esperança
Vamos caravanas!
pelos ramos indecisos como
foi a donzela
pela terra sofrida que nunca
te espera
deixem que belas esquentem
deixem em mãos deslizar suas
mentes
Vamos caravanas!
guardarei alegrias
em racionais elegias
e mesmo que que eu
vá por outros caminhos
não sufoque meus pés por
andarem sozinhos.
Tenho-te muito
em minhas veias todas,
quero fluir e
te deixar molhada
como paixão
visguenta que saboreia os poros
e responde com
cheiro na particular madrugada.
Que não seja
delírio por uma lésbia
que transmute o
espírito
em minha carne
na noite ela é tão leve,
mas no dia contêm
alarme.
Em memória eu
escrevo
para pedir à
semente que ignore o passado
que brote nela
aquele desejo
que outrora
jogou-se ao meu lado.
E assim sendo
continuarei a minha poesia
estarei
fingindo se mostrar-te o cerne
agora sou apenas
poeta
não escrevo
futuros
como escrevia Julio Verne.
A chegada da Ave Maria no
paraíso
Em turnos desconhecidos
quais claras paisagens
embrulhadas com outras
escuras.
Foi buscar sentido
entre coluros imaginários
fluorescentes de tal
formosura.
Fez novaves amigos
oscilando aos ventos
abraços de boa ventura.
Desceu para verdes abrigos
encontra contente
a penas o que procura.
Libidos simulam libidos
em cantos solenes
mensagens noturnas.
Melodias que gorjeiam
ouvidos.
A ave Maria agora
impura
prolifera no mundo
seus filhos perdidos.
Nua Procura
Tempos passantes em realidade escura
carregam
de improviso a nua procura.
Reclama
à Fantasia
pede
licença e se desfia, se desfia.
Ufano
reflexo de meus olhos em dor
nas
nebulosas noites de castigo,
saliva-me
essa Fada Flor
nesse
torpor desconhecido.
Lábios
ansiosos mergulham aqui,
Lírios
d Lírios em rios que Li.
Desafia
o desejo sobrepôe-se ao orgulho,
invade
sem medo o silêncio desse muro.
Escreve
as águas de corpos vermelhos
sussurrando
em êxtase perfumado,
o
barco não é do Rimbaud
mas
ainda esta embriagado.
Vulnerável
ao excêntrico paladar
crédula
à pérfida fumaça
o
cinema enalteceu
a graça
de toda desgraça.
Ò
tempos passantes em realidade escura!
Tão
Clara e nua, clara e nua.
Recôndido
recheio que conduz fantasmas
por
selvas de fútil tecnologia
entre
feios aristocratas
estão
os ossos do dia-dia.
Vontade
Partiremos em festa
rumo ao banquete celestial
não haverá mais discórdia
cultivada por pecúnia imoral.
Estenderás em longa seda
notas de um sonoro orgasmo,
suficiente após o trago
para juntos deleitarmos.
Revelaremos em cada toque
riquezas camufladas,
prazeres não condenados
por reles piadas.
Um calorífico ensejo
de sonial pertubação,
entregarás sem medo
à real propagação.
As sombras em doce enleio
dançarão à vela acesa,
roupas de impuro cheiro
jogaremos sobre a mesa.
Derramados na impressão carnal
com lascívia vigília
benzidos estaremos
ao raiar um novo dia.
E com pudor da aurora
reabriremos a intimidade
para que nesse secreto banquete
seja feita a vossa vontade.
Hotel BudaPrestes
Feche os olhos agora você
está sozinha
Abra sua mente é com ela
que você caminha
Você não precisa provar
mais nada para ninguém
Você é muito mais que o
dinheiro que você tem
Descanse sua cabeça e voe
para longe
Sente a vibração o silêncio
como fonte
Acordar todo dia quando a
luz apagar
Estimular dia a dia a
consciência salvar
Liberta, eternamente quando
o seu corpo dorme
Saboreia esse presente é um
sentimento enorme
Você vai tocar o céu
Vai tocar o chão
Vai tocar o seu coração
Relaxa a cabeça e descanse
em meus versos
Crie o seu universo
A realidade é sua
Aqui não existem sinas
Só que a realidade fascina
Ela engana e ensina
A sua cidade é a sua
projeção
Você é o centro, centro de
atração
Você vai tocar
o céu
Vai tocar o chão
Vai tocar o seu coração
Eu vou sentir para poder me orientar
Enquanto eu existir eu também posso amar
Sou eu que defino o meu senso
de gravidade na cidade
Apenas reflita com os olhos bem fechados
O mundo da voltas ao seu lado
Onde vamos seguir é no imaginário
Levar sua imaginação aonde for necessário.
Entrou pela janela.
Perdoe-me por achar que letras reunidas concretizam um
sonho,
é que prefiro modular meus segredos dessa forma.
O correr de pensamentos incandescentes
per se invadem
o coração,
e esse, revela o ritmo.
Misturo meus prazeres com palavras roubadas,
roubo sim, pois
sinto fome quando escrevo.
A carniça provoca a poesia.
Sobrevoar em danças
não é um privilégio, é
perseverança.
O medo, as vezes aflige o teste
pois sei o valor do próximo trabalho embora ele já
exista nebulosamente
incitando-me nas madrugadas.
A fragrância de seu corpo
flagra ânsia de minha alma.
Quando aberta, faz sentir-me
vitalício em minhas
idéias
é o olhar contemplando o golpe do outro olhar
posso estender meus versos até você
não minha mão,
na distância encontram-se os
devaneios da solidão.
O tempo ta na relva, no peso do sapato,
descalça caminha sem o falso retrato
tal como as águas que descem o riacho,
as imagens caem, caem e evaporam,
chegam nas flores como fonte de inspiração.
Incrustado em sua dor seminal
faz-se o lavrador um poeta em harmonia.
Eis
Que ao chegar
obsidiante
no universo vegetativo
abrem-se os
portões para ansiedade escura
e a voz
balançando diz que
a alma precisa descansar,
o coração
flameja mas sem luz
não consegue
pungir uma oração sequer.
Palavras vagam
sem empregos,
soltas na escuridão diária
da babilônia
que cresce em fétidos valores.
Quero encontrar
a juventude em meus passeios
mas os
laboriosos sentidos estão desanimados.
Nos entregaram
sete livros quando nascemos
nasci no dia sete, no ponto final.
Por isso
preciso criar,
e não ser escravo de um sistema alheio.
Vós sois meus
membros adormecida imaginação
a salvação está
aqui até para o inferno
apocatástase eu
vi eis um mundo que é eterno.
Senhores
fascistas das guerras,
dos estados
espirituais e capetais,
quando achavam que estavam queimando
obras se enganaram,
queimaram sim alguns
autores.
Hoje suas
escritas são servidas
no almoço e no jantar
de um burguês qualquer.
Na moralidade
do Homem burro e ganancioso,
encontram-se os
talheres
que jamais
cortarão as palavras.
NO CAOS OS ANJOS PREPARAM MEU VÔMITO.